Rembrandt, Filósofo em meditação
Ser o que se é
A capacidade que temos em interrogar é tão grande, e pode descobrir-se ininterrupta, e radical. Muito do que é a filosofia está aqui. É o espanto que desce sobre nós próprios, que nos propicia a continuar as interrogações. E este ímpeto gerado ganha asas, move-se, cinetiza-se, até começarmos a tecer considerações não já apenas sobre nós, mas sobre o mundo.
Depois tenta-se universalizar, a partir da razão, bramindo espadas contra as ideias "feitas" mas não totalmente exploradas pelo pensamento. Pensa-se no que é. Surgem dúvidas sobre o que é. Pensa-se o Ser e pensa-se se podemos pensá-lo. Assomando o fantasma da reclusão, abrem-se também as portas da mais genuína liberdade. Tornamo-nos senhores porque duvidamos, porque existe uma quase indizível certeza íntima da incerteza. Aí, estamos no meio da História, porque dela somos intérpretes. Porque se sente que a nossa mente é um decifrador mais ou menos caótico para o curso dos acontecimentos. E então há um autismo que reclama o seu espaço, que não quer ouvir e não ouve, porque o corpo se convence que há um curso pessoal a seguir, um ensinamento que só a nós próprios podemos dar.
Apoderamo-nos assim do mundo que já era nosso. Só que onde antes havia aquele espaço de silêncio que não se fazia mesmo ouvir, por mais que gritasse, e onde habitávamos com a inocência em riste de um soldadinho de chumbo, agora há uma multiplicação eterna de elementos a clamar a sua expressividade, há um mundo a precisar de organização, uma organização consequente e eloquente e magistral. Enquanto filósofo, nenhum homem se basta. A torrente que o leva é onde ele tem de aprender a nadar.
A capacidade que temos em interrogar é tão grande, e pode descobrir-se ininterrupta, e radical. Muito do que é a filosofia está aqui. É o espanto que desce sobre nós próprios, que nos propicia a continuar as interrogações. E este ímpeto gerado ganha asas, move-se, cinetiza-se, até começarmos a tecer considerações não já apenas sobre nós, mas sobre o mundo.
Depois tenta-se universalizar, a partir da razão, bramindo espadas contra as ideias "feitas" mas não totalmente exploradas pelo pensamento. Pensa-se no que é. Surgem dúvidas sobre o que é. Pensa-se o Ser e pensa-se se podemos pensá-lo. Assomando o fantasma da reclusão, abrem-se também as portas da mais genuína liberdade. Tornamo-nos senhores porque duvidamos, porque existe uma quase indizível certeza íntima da incerteza. Aí, estamos no meio da História, porque dela somos intérpretes. Porque se sente que a nossa mente é um decifrador mais ou menos caótico para o curso dos acontecimentos. E então há um autismo que reclama o seu espaço, que não quer ouvir e não ouve, porque o corpo se convence que há um curso pessoal a seguir, um ensinamento que só a nós próprios podemos dar.
Apoderamo-nos assim do mundo que já era nosso. Só que onde antes havia aquele espaço de silêncio que não se fazia mesmo ouvir, por mais que gritasse, e onde habitávamos com a inocência em riste de um soldadinho de chumbo, agora há uma multiplicação eterna de elementos a clamar a sua expressividade, há um mundo a precisar de organização, uma organização consequente e eloquente e magistral. Enquanto filósofo, nenhum homem se basta. A torrente que o leva é onde ele tem de aprender a nadar.