domingo, 23 de dezembro de 2007

praia dos cães

Imagem: fonte


Lisboa, regresso. Uma atmosfera decididamente natalícia paira sobre a baixa. Consigo recuperar a boa disposição mesmo depois de constatar mais uma vez a vergonha que é o nosso aeroporto.


Com temperatura amena, mergulho na luz artificial da Fnac. Compro, para presentear os meus pais, O Rio das Flores e A Balada da Praia dos Cães. Depois, pergunto como é possível o mercado editorial literalmente roubar o consumidor de forma tão descarada? Os livros que vale a pena ler, que pertencem à cultura nacional ou internacional, são enrolados numa capa que transluz, com o título numas letras em relevo, impressos num papel canelado ou lá o que é, e eis que o preço quase nunca é inferior a 15-20 euros. Em Itália, por exemplo, todos os grandes livros têm a sua edição paperback, e ninguém deixa de ler Calvino ou Pavese, porque essas edições são feitas para a leitura, não para enfeitar as estantes das salas dos jovens casais minimalistas. Por 7 ou 8 euros (e muitas vezes menos) levamos para casa Bulgakov ou Dostoievski. Aqui pagamos 25 e levamos para casa um livro pesadão, com umas margens enormes e desproporcionadas, difícil de encaixar na mala...


Mas enfim, bom Natal a todos.