Quando escrevi este post, não fazia a menor ideia que a ambígua associação de ideias tinha sido formulada por Moore.
Se digo: "Está a chover lá fora, mas não acredito nisso" produzo um paradoxo porque subverto a escala de valores que, em princípio, fundamentam o conhecimento. Estou a dar um valor mais alto, ou pelo menos o mesmo valor, a uma crença que a um facto, quando são enunciações de factos que asseguram o conhecimento.
O mais curioso do paradoxo é que ele não viola qualquer possível "estado de coisas", pois é perfeitamente possível que esteja a chover lá fora e que eu não acredite nisso. Ele não é fenoménicamente contraditório. Mas se torno um possível estado de coisas numa aquisição dos meus sentidos, isto é, se percepciono um certo estado de coisas ("está a chover"), então não posso simultaneamente não acreditar nisso. Pareço assim incorrer numa contradição lógica, porque saber-se que p parece implicar acreditar que p.