terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Da China vem uma economia galopante, diz-se. É um país comunista aberto ao capitalismo selvagem. Tem uma tradição milenar. Grandes novidades.
Os chineses que eu conheço não são tycoons, nem revolucionários amestrados. São pessoas que olham o mundo a sua volta com a forma das suas pálpebras. O seu maior valor é a horizontalidade (quando, no Ocidente, se fala em verticalidade para exprimir virtude). Eles estão na mesma linha onde se inscreve a Natureza e as acções humanas, que são os únicos pontos permanentes de referencia que qualquer ser humano possui. Estão arreigados às coisas, e olham o mundo nos olhos. Parecem perceber que fora dele está só um vácuo inútil e apaixonam-se por flores, por pormenores, mas também por palavras, pela pequena e grande realidade.
é por isso que olho para a planta que a minha vizinha mantém no vão das escadas exteriores do nosso prédio com a maior das admirações. Aquela rapariga cuida da realidade ao cuidar da plantinha. É ali que está a sua resistencia, o seu empreendedorismo, mesmo a sua revolução perante uma sociedade que lhe é estranha e hostil.