O que mais me tem vindo a insidiar, e as coisas que insidiam, insidiam silenciosamente, mostrando a razão pela qual estes dois conceitos casam tão bem, é a falta de segurança generalizada das pessoas.
Falo disto porque, obviamente, me coloco do lado daqueles que adquiriram uma força de viver tal de poder falar, com confiança, de um tema que, inevitavelmente, acabará por rebaixar a maioria dos seres humanos e que se abre com muitíssima facilidade à crítica moralista, às acusações de arrogância e presunção (não aqui, mas no contacto real com seres humanos), próprias de quem só consegue arranjar porto seguro na diminuição do carácter superior de alguns seres, incluindo-os na esfera da hipócrita moral “baixa”, aquela que exclui ou inclui a partir de critérios que, de forma mais ou menos directa, se relacionam com aspectos de mera “visibilidade”, de interesses pessoais mesquinhos e com desígnios materiais, inessenciais, de “estilo” ou de imagem.
Certamente visível a poucos mas a esses por demais evidente, é esta abrangente falta de amizade pela verdade que se mostra em tudo o que é agregação. E não me digam que os comportamentos são todos justificados por dinâmicas estruturais dos grupos, dos ambientes, etc. É, claro, necessário jogar esse jogo, da integração, da imagem e tudo o resto, mas é no conteúdo, não na forma, que a parvoíce e a hipocrisia se torna clara. Nas conversas. No que se diz, no que se faz e principalmente no como se faz. Falta uma subtileza consapevole. Um destaque estético, que nos atire para a cena teatral do mundo com o mesmo impulso que nos faz a ela retrairmo-nos, olhando os esgares das gargalhadas com terror e ironia, complacência e agonia.
Um beijinho, que hoje estou carente.